Alfaiate

Produtor de armaduras em tecido.
Artesão de fio em conjunto torcido.
Mestre do corte e costura,
Do disfarce que emoldura
O corpo dos Homens reais
E seus aspetos formais.

Coze com astúcia a veste,
Casaco a casaco, calças a calças,
Tenha botões, pregas ou alças,
Cada veste à medida própria única
Para cada ambiente, mesmo o agreste,
Mesmo o mais leve e adequado à túnica.

Do seu labor podemos partir,
Seguir pela aventura sem medo,
Rumo aos desafios por vir.
Podemos ir protegidos,
De confiança ungidos,
Pois recebemos aquela armadura,
Aquela maleável couraça que dura
E nos protege da desventura,
Do perigo para a integridade
Que aflige qualquer postura,
Pois em todas as posições
Apenas a pele protege as emoções.


Nota: Poema incluído no projeto "O Valor do Labor Tradicional", vencedor do Prémio Literário Padre João Maia - 2014