Balanço do ano: fartei-me de apanhar ultracrepidários. Pena não terem qualquer utilidade, para além de me terem feito descobrir esta palavra nova.
Pensamento do dia #107
Se o pai Natal respondesse às cartas das crianças podia ter problemas sérios com a justiça.
Pensamento do dia #107.5
Agradeço a todas as lojas, marcas e demais propagandas que me enchem o telemóvel de SMS alusivas ao espírito de Natal, quase que não me lembrava que estávamos na celebração do consumismo e aproveitamento do sentimentalismo alheio.
Pensamento do dia #106
Se na bíblia a mulher chegou depois do homem, já nos devíamos ter habituado à espera.
Pensamento do dia #103
Por questões de ética e liberdade devemos restringir os nossos impulsos moralizantes de forma rigorosa só quando nos apetece.
Pensamento do dia #102
A vontade do povo está para a ciência política como a criação divina para a biologia.
Pensamento do dia #101
O segredo da inovação social é partilhar, ...o dinheiro para quem dirige e o trabalho para os voluntários.
Pensamento do dia #94
Sendo as redes sociais digitais o caixote do lixo da intelectualidade, onde está a reciclagem?
Pensamento do dia #92
A quantidade de publicidade a perfumes nesta época revela o fedor da nossa espécie no Natal.
Pensamento do dia #86
Água mole em pedra dura, tanto bate que até te fura ...quando te sair dos rins.
Pensamento do dia #85
Os filhos fazem-nos viver mais a vida, ...porque passamos mais tempo acordados.
Pensamento do dia #83
Se me espetarem umas bandarilhas nas costas quando passo uma fatura posso ter o IVA a 6%?
Pensamento do dia #82
A pressa é inimiga da perfeição, e quem as exige em simultâneo acaba por ter o oposto de ambas.
Pensamento do dia #78
Não adianta chorar sobre o leite derramado, ...a não ser que te tenha caído em cima e estivesse mesmo quente.
Pensamento do dia #76
os jogos são coisas de crianças porque existem tantos adultos que só pensam em futebol?
Pensamento do dia #74
Adoro pontuar uma frase com ironia, enquanto me engano da gramática da verdade.
Pensamento do dia #72
É uma vergonha os outros não queiram trabalhar por menos do que nós aceitariamos.
Pensamento do dia #70
A clarividência exige tempo e distanciamento. Por isso é que deixo passar sempre cinco minutos antes de mudar de posição no sofá.
Pensamento do dia #67
Se deus morreu, onde o enterraram? Gostava de ir lá confirmar se realmente existiu.
Pensamento do dia #63
Quando alguém diz que "vale o que vale", essa opinião vale de alguma coisa quando se diz?
Pensamento do dia #61
Depois de alguém morrer devemos elogiar a luta dessa pessoa pelas suas convicções, pois ninguém se vai atrever a dizer nesse momento que podiam ser estúpidas.
Pensamento do dia #57
Há comentários tão idiotas nas redes sociais que só podem ter sido feitos por pessoas inteligentes a disfarçar.
Pensamento do dia #56
Adoro uma discussão online, pois posso fazer de conta que estou realmente envolvido.
Pensamento do dia #53
Dificilmente teremos total amplitude de pensamento enquanto as nossas cabeças não forem totalmente esféricas.
Pensamento do dia #50
Felizes dos pobres de espírito, e das religiões que lhes mantêm o estado de riqueza, devolvendo o empréstimo no além.
Pensamento do dia #49
Quem semeia ventos colhe tempestades, mas o problema é o próprio vento que não deixa as sementes assentarem.
Pensamento do dia #48
Só não sou egoísta porque procuro realizar os desejos das outras pessoas, que tenham os mesmos gostos que eu.
Pensamento do dia #48
Se escrevemos frases em inglês para dizer umas coisas espirituais e profundas nas redes sociais, em que língua escrevem essas coisas os ingleses?
Pensamento do dia #47
As árvores invejam-nos os troncos com membros que nos permitem andar, e nós invejamos as raízes que as impedem de cair.
Pensamento do dia #46
Se experimentamos quase tudo na ótica do utilizador, porque achamos que podemos ser especialistas?
Pensamento do dia #45
Não aprecio teorias da conspiração, porque essas conspirações são práticas com pouca teoria.
Pensamento do dia #43
Se nasceste com o traseiro virado para a lua, não te preocupes pois ela está longe.
Pensamento do dia #41
Será que lamber umas botas nos devia fazer ir ao sapateiro tratar da higiene oral?
Pensamento do dia #40
Ao quererem ser ouvidas, as pessoas estão a ficar repetitivas repetitivas repetitivas repetitivas repetitivas repetitivas repetitivas repetitivas repetitivas.
Pensamento do dia #38
Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje... à custa dos outros, porque mais tarde ou mais cedo eles percebem.
Pensamento do dia #36
Se leres muito vais aprender que podes ler um livro inteiro e não perceber nada.
Espera sem espera
Espera-me o tempo da incerteza,
Demorando a passar cada evento,
Cada momento longo além do desejado.
Fico enfeitado de tédio escorrendo marasmo,
Enquanto espero por um posicionamento
Que me oriente para o contentamento.
De um momento para o outro tudo pode acontecer.
Tudo pode não dar em nada,
E nada continuar a ser o tudo que espero.
Preciso de não ter de esperar.
Preciso de avançar, mesmo que seja para trás.
O fim dos tempos é uma mitologia
Em que não creio porque nunca chega,
Porque o tempo não progride, não muda.
Tudo se estagna e persiste,
Liquidamemte sem forma
E sem o molde que lhe quero dar.
Demorando a passar cada evento,
Cada momento longo além do desejado.
Fico enfeitado de tédio escorrendo marasmo,
Enquanto espero por um posicionamento
Que me oriente para o contentamento.
De um momento para o outro tudo pode acontecer.
Tudo pode não dar em nada,
E nada continuar a ser o tudo que espero.
Preciso de não ter de esperar.
Preciso de avançar, mesmo que seja para trás.
O fim dos tempos é uma mitologia
Em que não creio porque nunca chega,
Porque o tempo não progride, não muda.
Tudo se estagna e persiste,
Liquidamemte sem forma
E sem o molde que lhe quero dar.
Pensamento do dia #35
Por vezes, sinto-me a viver numa sala de espera onde as revistas são uma porcaria.
Pensamento do dia #35
As boas democracias devem espelhar as opiniões da sua população, a não ser que essas opiniões não sejam assim tão boas.
Pensamento do dia #34
Precisamos de ídolos, poque mais tarde ou mais cedo vão ser alvos úteis para atirar umas pedras furiosas.
Pensamento do dia #32
A república está em crise, tal o número de pais que chamam principes e princesas aos filhos.
Pensamento do dia #31
Se não souberes para onde navegas jamais lá chegarás, porque nem sempre há internet e GPS.
Pensamento do dia #30
A galinha da vizinha é melhor que a minha, apesar de comprarmos no mesmo supermercado.
Pensamento do dia #29
A política deve ser rigorosa e realista, mas se não nos fizer sonhar não faz nada de realmente útil.
Pensamento do dia #27
Tenta vender a tua região, mas não te esqueças que um dia te pode apetecer voltar a casa.
Pensamento do dia #21
Mais vale uma pomba na mão que duas a voar, porque ninguém sabe onde vão obrar.
Pensamento do dia #18
Pior do que a política são as pessoas que a exercem, tão más como todas as outras.
Pensamento do dia #17
O exércicio da política é o mais nobre dos ofícios, depois de todos os outros.
Pensamento do dia #16
Escrever e ninguém te ler é normal. Mas se alguém o fizer, o mais provável é teres escrito alguma parvoíce
Pensamento do dia #14
Subir ao topo de uma montanha permite veres mais longe, até caires no precipício que está ao lado.
Pensamento do dia #13
Por vezes há um desconhecido dentro de ti. Para algumas pessoas, por vezes, ele paga.
Pensamento do dia #11
Os intelectuais são os primeiros a desaparecer quando se implementa um regime ditatorial. Mas não pensem muito nisso porque já não existem nem uns nem outros.
Pensamento do dia #10
Se te rires primeiro de ti próprio podes ter a certeza que foste o primeiro a rir de algo sem piada.
Pensamento do Dia #9
Ouçam muita musica má, para depois poderem apreciar mais a sinfonia do silêncio.
Pensamento do dia #8
As pessoas dão demasiado valor ao que escrevem, deviam valorizar o que apagam primeiro.
Pensamento do Dia #4
Portugal é um rectângulo geográfico que tende progressivamente para a direita, de sul para norte.
Sono do fim dos dias
As pálpebras caem
Tapando as memórias
Do dia que passou.
Alucinações sem importância
Nem significado
Passam sem despertar
Do sono que não chega.
Pouco falta para o fim de mais um ciclo.
Não foi só um dia,
Foi uma noite iluminada por luzes próprias
E um dia com as suas ocultas sombras.
Foi um dia como as outras noites.
Foi mais um sem conta dos outros.
Por isso já não sei se foi só um ou não.
Mesmo tendo sido muitos pouco importa.
Todos sempre terminam tal como este dia.
Todos terminam num sono
Antes de um acordar inconsciente.
Tapando as memórias
Do dia que passou.
Alucinações sem importância
Nem significado
Passam sem despertar
Do sono que não chega.
Pouco falta para o fim de mais um ciclo.
Não foi só um dia,
Foi uma noite iluminada por luzes próprias
E um dia com as suas ocultas sombras.
Foi um dia como as outras noites.
Foi mais um sem conta dos outros.
Por isso já não sei se foi só um ou não.
Mesmo tendo sido muitos pouco importa.
Todos sempre terminam tal como este dia.
Todos terminam num sono
Antes de um acordar inconsciente.
Dia da Liberdade
Formalismo, rigidez e hierarquia em cerimónias de comemoração da liberdade são, no mínimo, ironias.
Não esperes pelos significados
Não esperes compreender-me
Apenas lendo o que escrevo.
Não esperes tirar dessas palavras
Significados absolutos.
Não esperes perceber estas palavras.
Não esperes...
Não...
Apenas lendo o que escrevo.
Não esperes tirar dessas palavras
Significados absolutos.
Não esperes perceber estas palavras.
Não esperes...
Não...
A Energia dos Jogos de Tabuleiro
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| Energia Social Renovável |
A verdade sobre os ovos da Páscoa
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| A verdade sobre os ovos da Páscoa |
#dixit #scythe #boardgames #jogosdetabuleiro
Pela rua misturando sentidos
Na rua cheirava a sol. Os sabores misturavam-se com a luz que obscurecia o tato. Era só mais um dia de confusão em que todos aqueles, naquela rua, desperdiçavam a vida em sequências alarmantes de coisas inúteis. Só não pensavam nisso, apenas usavam os sentidos sem sentido nenhum, rumo à sua perdição que nunca os destruía totalmente e permitia sobreviver mais um dia.
Copiar a autenticidade
Com a globalização, nesta era da crescente homogeneidade cultural, as cidades parecem querem assumir a sua identidade copiando modelos umas das outras. Quase todas sentem a necessidade de afirmar o seu nome com as mesmas letras.
Arrumar as coisas
Do suor que pinga do rosto
Fica o lavar das memórias
Avulsas acumuladas.
Com o tempo juntam-se coisas,
Indefinidas e sem utilidade presente
Para além de fazerem lembrar
Passados ocorridos.
O esforço de arrumar histórias,
Quando estas são materiais,
Estimula o corpo a falar com a mente.
A memória ganha peso e volume.
A memória existe até ser deitada fora.
A memória conversa por momentos.
O corpo responde,
Não quer ouvir mais,
Não pode suportar mais o peso do passado.
Coisas por arrumar,
Coisas para meter no lixo,
Guardando apenas o essencial.
Depuração do consumismo
De acumular tesouros inúteis.
Querer ordenar sem receio
De perdermos parte de nós
Obriga a um novo começo,
A um novo ciclo de acumulação
Limitado pela nossa capacidade de guardar
E saber quem somos para além das coisas
Que achamos que guardam a nossa essência.
Fica o lavar das memórias
Avulsas acumuladas.
Com o tempo juntam-se coisas,
Indefinidas e sem utilidade presente
Para além de fazerem lembrar
Passados ocorridos.
O esforço de arrumar histórias,
Quando estas são materiais,
Estimula o corpo a falar com a mente.
A memória ganha peso e volume.
A memória existe até ser deitada fora.
A memória conversa por momentos.
O corpo responde,
Não quer ouvir mais,
Não pode suportar mais o peso do passado.
Coisas por arrumar,
Coisas para meter no lixo,
Guardando apenas o essencial.
Depuração do consumismo
De acumular tesouros inúteis.
Querer ordenar sem receio
De perdermos parte de nós
Obriga a um novo começo,
A um novo ciclo de acumulação
Limitado pela nossa capacidade de guardar
E saber quem somos para além das coisas
Que achamos que guardam a nossa essência.
A Maldição da Abstenção
Passava das 9 horas e ninguém estava a trabalhar. As ruas vazias de carros contribuíam para a descontaminação do ar, mas nem por isso o ar estava mais respirável. O vento esforçava-se por dar vida aqueles espaços abandonados. Só a natureza permanecia ativa nos seus hábitos antigos. Algumas árvores abanavam com o vento, colaborantes com as brisas errantes.
Tudo começara no ano anterior. Tinha havido eleições. O país em crise por pouco não se autodestruiu durante a campanha eleitoral. Posições radicais e extremadas. Pouquíssimos conteúdos no debate político e ainda menos soluções de futuro para aquela sociedade arruinada. Reinou o debate insultuoso e o ataque pessoal, em lutas por um poder fraco de um país que andava de rastos.
Mas no dia das eleições quase ninguém tinha ido votar. Ganhou a abstenção, como de costume, apesar de ninguém ficar indiferente à situação política do país. Contente ou descontente, ninguém se abstinha de dar uma opinião, tecer um juízo e até fazer uma proposta, por mais irrefletida que fosse. Estranhamente a tudo isso, poucos depois votaram.
Já por altura da saída dos primeiros resultados as televisões e jornais perdiam o interesse por divulgar mais notícias das eleições. Os comentadores deixaram de querer comentar as novidades e os pivots nada fizeram para os incentivar. As camaras desligaram-se e só os programas automáticos de publicidade encheram os media. Pairou a ilusão do consumo nos meios de comunicação até se esgotarem por si mesmos.
As pessoas começaram a abster-se da vida a partir desse dia. Era inconsciente e imparável. Foram limitando a sua existência ao mínimo, quais zumbis vazios de identidade e vontade. Tudo desacelerou até ficar estagnado na privação da ação.
Mais tarde, meses depois, alguns conseguiram sair do marasmo. A sociedade passada estava desfeita e a ordem social e política transformada. Foi uma oportunidade renovada para reinventar o futuro, pois puderam recomeçar e evitar os erros do passado. Haviam de cometer outros, mas não os mesmos.
Aquele fenómeno catastrófico ficou conhecido com a maldição da abstenção. Inúmeras pessoas desapareceram na sua individualidade. Outras souberam reinventar-se e prosperar.
Tudo começara no ano anterior. Tinha havido eleições. O país em crise por pouco não se autodestruiu durante a campanha eleitoral. Posições radicais e extremadas. Pouquíssimos conteúdos no debate político e ainda menos soluções de futuro para aquela sociedade arruinada. Reinou o debate insultuoso e o ataque pessoal, em lutas por um poder fraco de um país que andava de rastos.
Mas no dia das eleições quase ninguém tinha ido votar. Ganhou a abstenção, como de costume, apesar de ninguém ficar indiferente à situação política do país. Contente ou descontente, ninguém se abstinha de dar uma opinião, tecer um juízo e até fazer uma proposta, por mais irrefletida que fosse. Estranhamente a tudo isso, poucos depois votaram.
Já por altura da saída dos primeiros resultados as televisões e jornais perdiam o interesse por divulgar mais notícias das eleições. Os comentadores deixaram de querer comentar as novidades e os pivots nada fizeram para os incentivar. As camaras desligaram-se e só os programas automáticos de publicidade encheram os media. Pairou a ilusão do consumo nos meios de comunicação até se esgotarem por si mesmos.
As pessoas começaram a abster-se da vida a partir desse dia. Era inconsciente e imparável. Foram limitando a sua existência ao mínimo, quais zumbis vazios de identidade e vontade. Tudo desacelerou até ficar estagnado na privação da ação.
Mais tarde, meses depois, alguns conseguiram sair do marasmo. A sociedade passada estava desfeita e a ordem social e política transformada. Foi uma oportunidade renovada para reinventar o futuro, pois puderam recomeçar e evitar os erros do passado. Haviam de cometer outros, mas não os mesmos.
Aquele fenómeno catastrófico ficou conhecido com a maldição da abstenção. Inúmeras pessoas desapareceram na sua individualidade. Outras souberam reinventar-se e prosperar.