Condomínio fechado que se abriu

O condomínio fechado ficou para sempre aberto a todos. Com todos lá já ninguém se sentia inseguro, uma vez que a presença constante tudo salvaguardava, especialmente da solidão

Elogio à poesia falhando

Neste dia da poesia
Apetecia-me rimar,
Apetecia-me escrever algo com sonoridade
Que fosse profundo, complexo e repleto de emoções,
Mascarando e transfigurando sentimentos.
Mas, ao mesmo tempo, queria ser objetivo,
Tratando temas tangíveis!
…No entanto falhei redondamente…
Não rimei,
Não aflorei sequer a condição humana,
Tão útil para desculpar abordagens sentimentais difusas.
Os versos ficaram escangalhados
E só se podem considerar com tal pelos parágrafos forçados.
É assim o resultado das palavras forçadas
De um esforçado pseudo-poeta, menos que amador.
Com este meu fracasso espero então
Contribuir para que se distingam os verdadeiros poetas.

A Escalada Audaz da Fantasia


Um dia caí desamparado na realidade.
Mas levantei-me e ignorei a minha idade,
Subi, escalando os degraus da fantasia,
Ignorando o efeito da alheia hipocrisia.
Apesar das invejas desta minha subida,
Lá continuei rumo a um novo ideal de vida.

Mas a escalada nem sempre se deu a subir.
Falhei degraus, escorreguei e cheguei a cair.
Apesar dos recuos, compensei de seguida
Com novo impulso no recuperar da subida.
Nem sempre o progresso era efetivo e real,
Muitas vezes era ilusão ou perceção surreal.

Mais que subir matematicamente à força,
É preciso um otimismo que não se distorça,
Que não se desfigure e leve à resignação
De pensar que nunca haverá progressão.
Mais que chegar e desejar o topo do perfeito,
Preciso de continuar sem me sentir contrafeito.

Os degraus vão continuando a surgir ilimitados,
Permitindo-me a liberdade dos inconformados,
Aqueles que querem sempre subir mais e mais,
Sem se tornarem velhacos e isolarem dos demais.
Vou apoiando-me nos patamares que vou pisando,
Vou trepando esta vertente e a realidade imaginando.

Uma História entre Arcos e Passagens de Leiria

 
Um vídeo que conta uma história simples, simplesmente emotiva e que podia ser de qualquer uma ou qualquer um, contada, para além das palavras, com fotografias contemporâneas de Leiria.