Uma punição evitável

As vozes sussurravam!
Os olhos viam enquanto pestanejavam!
O cérebro fervilhava de actividade,
Num turbilhão que antecipava a inevitabilidade
De algo que não pode ser previsto,
Mas que podia ser, de antemão, visto.

Dentes tragam palavras,
Línguas dançam aos sons
Dos invejados dons.
Tecem-se as malhas
E perscrutam-se as falhas
Para tornar funesta
A mais bela intenção.
Esquecendo tudo o resto
Recorre-se à punição…

Um amor impossível destruído pelos acasos da História no Porto

Os Franceses vêm ai – Dizia alguém correndo aterrorizado rua abaixo.

João e Maria, no interior dum casebre escapavam aos olhares da sociedade portuense, que não compreendia este amor entre um professor da Academia Real de Marinha e Comércio e uma peixeira.

Vou ao encontro dos franceses, como homens de razão o melhor será com eles negociar e evitar a catástrofe – disse João.

Maria não o conseguiu demover e fugiu rumo à Ribeira. Provavelmente Maria foi mais uma que o rio levou ao atravessar a ponte. João parece que se enganou, foi assassinado… pela razão desconhecida de um exército em fúria.