Alegria e seus paradoxos

Sempre que alguém se sente alegra sente-se triste só se pode sentir triste pela sua tristeza. Se o Homem – quem diz o Homem diz também a Mulher - é um todo e a tristeza parte dele, quando todo ele é alegre e nem uma réstia de tristeza nele habita, então o Homem alegre não é completo. Até porque, já como referi, a pura alegria não existe, a não ser que desinventemos a tristeza, pois não será a alegria dela a tristeza da alegria e a tristeza da alegria o inverso do que acabei de referir? Pois sim! Se não podemos ser totalmente alegres então só nos resta ter alegria em parte. Mas como é a nossa melhor parte, aquela capaz de ser alegre que alegre fica, no fundo, e regra geral, podemos dizer que, arredondando sentimentos, de facto somos alegres e atingimos a alegria.
Não estou alegre com esta explicação para a alegria. Não estou pois o absoluto e uma explicação final não pode jamais deixar o intelecto alegre, pois se assim fosse como poderia continuar a procurar a alegria de questionar e procurar respostas. Um intelecto estagnado não é alegre. Mas depois voltamos ao paradoxo, se alegramos o intelecto entristecemos a estupidez. Assim, temos de optar pelo tipo de alegria queremos, mesmo sabendo que nunca será absoluta e completa. É assim a alegria.

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