A dança lenta da Lua

A lua arrasta-se lenta e cansada.
O negro da noite segue-a igualmente taciturno.
Ambos formam um par que faz o seu turno
Nessa dança perfeitamente ensaiada.
Essa lentidão da noite não passa,
Seja a história pura ou devassa.


A lua que ilumina as noites
Lentamente sobressai do negro,
Sobressaindo assim o próprio negro.
Pois os contornos definem as aparências,
Mesmo as noturnas e suas remanescências.
Da noite sobressai o andar da lua pelas noites.


Que fará então a lua quando está ausente
Porque em certas noites se esconde?
Nas suas lentas saídas vai onde?
Parece que nem parte nem surge alegre,
Parece  triste, quer nasça ou se desintegre.
Provavelmente o que a devasta,
quando se aproxima ou afasta,
É fazê-lo sempre na mesma pressa…

Sem comentários:

Enviar um comentário