Nasceu-me um calo.
Mas só agora dele falo.
Não foi no pé nem na mão.
Cresceu-me no conformismo,
Desenvolveu-se do estatismo,
Ganhou raízes de ilusão.
A cada esquina por dobrar
Me vem a maleita incomodar.
Sinto-me, sinto-o, mas aguento
Habituado à inércia. Sim, temo
O receio, o falhanço infértil e ermo.
Adio-me. Espero mais um momento
Enquanto procrastino, endureço
A rigidez do calo de que padeço.
Espero pelo dia em que empece,
Pela hora em que me tratem,
Que me curem e não maltratem,
Espero que um dia tropece.
Adiando fico adiado,
Parando fico parado.
Ansiando sem nada fazer
Pela cura, que pouco me importa,
Iludo-me sem tentar abrir a porta
Para a solução que só eu posso trazer.
Boa noite
ResponderEliminarNão me quero repetir, mas você é um verdadeiro
artista, pinta , escreve deve fazer mais mil coisas pelo que me apercebo.
E o mais curioso é que escolhe palavras sempre
"difíceis" para os seus poemas , o que é ainda mais
complexo, mas o resultado é fantástico!!
Há que saber ler e interpretar e sinceramente gosto.
Desculpe o abuso pelo comentário ser tão extenso.
Parabéns!!
Não sei o seu verdadeiro nome mas agradeço-lhe "Abraçar o Tempo". Não me considero artista, pois tudo é amadorismo. Todas estas coisas são apenas meios e modos de tentar garantir uma certa demência para não me render à demência absoluta do dia-a-dia. Muito obrigado pelas suas simpáticas palavras. Nunca são abuso.
ResponderEliminarObrigada eu por me deixar "entrar" no seu Desartístico.
Eliminardesejo-lhe um bom fim de semana
Isabella:)