Transformamos os dias em continuados infernos,
Aquecendo-os e renovando as intoleráveis labaredas
Que consomem aquilo que podiam ser calores ternos,
Momentos carinhosos livres de correrias e quedas.
Transformamos o simples em complexo conjunto,
Tudo isso sem ganhar qualquer valor relevante
Que justifique o quanto consumimos em cada assunto,
Esquecendo o que se completou somente para ir adiante.
Transformamos o lazer em labor e esforço sem retorno,
Para além do facto de estarmos ocupados sem fim na alienação
Que rouba o sentido e se transforma num inconsciente suborno,
Criado e oferecido por cada um a si mesmo em inútil
retribuição.
Quando já nada mais houver para nos ocupar talvez nos
ocupemos de nós.
Sem comentários:
Enviar um comentário